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Banco Central reduz Selic a 2,25% e abre porta para eventual corte à frente

Publicado 17.06.2020, 18:17
© Reuters. A general view of Brazil's Central Bank during the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in downtown Brasilia

Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central cortou nesta quarta-feira a Selic em 0,75 ponto, num passo alinhado com expectativa majoritária do mercado e que levou os juros básicos à nova mínima histórica de 2,25% ao ano, ao mesmo tempo em que deixou aberta a porta para nova redução à frente, condicionada à avaliação do cenário.

Segundo o BC, os próximos passos vão depender de novas informações sobre o efeito da pandemia de coronavírus, além de uma diminuição das incertezas com relação à trajetória das contas públicas no Brasil.

"Para as próximas reuniões, o Comitê (de Política Monetária) vê como apropriado avaliar os impactos da pandemia e do conjunto de medidas de incentivo ao crédito e recomposição de renda, e antevê que um eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual", disse o BC, em seu comunicado.

"No entanto, o Copom segue atento a revisões do cenário econômico e de expectativas de inflação para o horizonte relevante de política monetária", acrescentou.

A comunicação indica uma inflexão em relação à postura adotada em maio, quando o BC também reduziu a Selic em 0,75 ponto, mas antecipando que o ajuste neste mês deveria ser seu último.

A mudança vem em meio aos profundos impactos do surto de Covid-19 na economia brasileira. Indicadores mais recentes do varejo em abril corroboram a leitura do avassalador baque sofrido pela atividade, numa mostra de que o Produto Interno Bruto (PIB) deve sofrer um mergulho profundo no segundo trimestre.

A respeito do PIB, a autoridade monetária ressaltou que o resultado do primeiro trimestre confirmou a maior queda observada desde 2015.

"Indicadores recentes sugerem que a contração da atividade econômica no segundo trimestre será ainda maior. Prospectivamente, a incerteza permanece acima da usual sobre o ritmo de recuperação da economia ao longo do segundo semestre deste ano", completou.

Segundo o BC, a conjuntura segue prescrevendo estímulo monetário "extraordinariamente elevado", mas o espaço que ainda resta para tanto é "incerto e deve ser pequeno".

"O Comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, são decisivas para determinar o prolongamento do estímulo", pontuou.

Em pesquisa Reuters, 32 de 38 economistas consultados previram um corte desta magnitude nesta quarta-feira, ao passo que seis estimaram que a redução seria menor, de 0,5 ponto. Esta foi a oitava vez consecutiva que o BC baixou os juros, num processo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado.

INFLAÇÃO

Sobre a inflação, o BC ponderou que diversos programas de estímulo ao crédito e de recomposição de renda que foram implementados no combate à pandemia podem fazer com que a redução da demanda agregada seja menor do que a estimada, adicionando uma assimetria ao balanço de riscos.

Esse novo fator foi listado pelo BC como uma variável que pode pressionar a inflação para um nível acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária, ao lado da já mencionada preocupação com políticas que piorem sobremaneira a trajetória das contas públicas e frustração com continuidade das reformas.

© Reuters. A general view of Brazil's Central Bank during the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in downtown Brasilia

Já em relação ao fator que atua no sentido contrário, de uma inflação abaixo da esperada, o BC voltou a citar o nível de ociosidade da economia.

Pelas contas da autoridade monetária no cenário híbrido --que considera Selic da pesquisa Focus e dólar constante a 4,95 reais--, o IPCA fechará este ano em 2,0% e 2021 em 3,2%. Em maio, o BC enxergava esses patamares em 2,4% e 3,4%, respectivamente, com o dólar a 5,55 reais.

A meta de inflação deste ano é de 4,0% e para 2021, de 3,75%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.

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