Por David Milliken e Andy Bruce e Suban Abdulla
LONDRES (Reuters) - O Banco da Inglaterra cortou a taxa de juros de um pico de 16 anos nesta quinta-feira, com as autoridades divididas sobre se as pressões inflacionárias haviam diminuído o suficiente.
O presidente Andrew Bailey - que liderou a decisão por 5 a 4 de reduzir os juros em 0,25 ponto percentual, para 5% - disse que o Comitê de Política Monetária do banco central agirá com cautela no futuro.
"Precisamos nos certificar de que a inflação permaneça baixa e tomar cuidado para não reduzir a taxa de juros muito rapidamente ou em demasia", disse ele em um comunicado junto com a decisão.
A decisão de quinta-feira ficou em linha com a previsão em uma pesquisa da Reuters com economistas, mas os mercados financeiros viam apenas um pouco mais de 60% de chance de um corte.
Os juros vinham sendo mantidos no mesmo patamar há quase um ano - o período mais longo em que permaneceram inalterados no pico de um ciclo de aperto do banco central britânico desde 2001 - e este é o primeiro corte desde março de 2020, no início da pandemia da Covid-19.
Em junho, o Banco da Inglaterra votou por 7 a 2 para manter os juros, e a ata da reunião desta quinta-feira mostrou que a decisão de cortar a taxa foi "finamente equilibrada" para alguns membros - ecoando a linguagem usada anteriormente quando a taxa foi mantida.
Nenhuma das autoridades que mudaram seu voto nessa reunião - o presidente Andrew Bailey e as vices Sarah Breeden e Clare Lombardelli - havia falado publicamente sobre a política monetária desde a última reunião em junho.
As oportunidades de falar foram limitadas por uma campanha eleitoral que terminou em 4 de julho e que levou o Partido Trabalhista ao poder com uma grande maioria.
O banco central britânico disse que as autoridades foram informadas sobre os anúncios de políticas fiscais e salariais do setor público do governo nesta semana, mas que seu impacto só será incorporado às previsões do banco após o orçamento de 30 de outubro.
A inflação dos preços ao consumidor britânico retornou à meta de 2% do banco central em maio e permaneceu lá em junho, abaixo da máxima de 41 anos de 11,1% atingida em outubro de 2022.
No entanto, o Banco da Inglaterra prevê que a inflação geral aumetará para 2,75% no último trimestre do ano, à medida que o efeito das quedas acentuadas dos preços da energia no ano passado se dissipar, antes de retornar à sua meta de 2% no início de 2026 e, posteriormente, cair para menos.