BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central divulgou nesta quinta-feira que afrouxou o requerimento de capital das operações de crédito destinadas a pequenas e médias empresas, numa investida com potencial de liberar cerca de 3,2 bilhões de reais no sistema para novos financiamentos.
Com a iniciativa, o BC buscou dar mais um estímulo ao crédito para o segmento, em meio à avaliação de que, com a crise do coronavírus, essas empresas sofrem mais, já que têm receitas menos diversificadas, menos reservas de liquidez e dependem mais de recursos do setor bancário.
Em nota, o BC afirmou que a medida também permite eventual reestruturação de 228 bilhões de reais em operações de crédito a essas companhias, sendo que a regra abrange empresas com receita bruta anual entre 15 milhões de reais e 300 milhões de reais.
Essas ações serão possíveis após o BC ter reduzido temporariamente o Fator de Ponderação de Risco (FPR) aplicável às operações de financiamento a PMEs a 85%, ante 100%, para o período de 16 de março até 31 de dezembro deste ano.
Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que testes de estresse realizados pela instituição mostraram resultado que "não foi muito bom" para o segmento de PMEs na crise, com consequências que poderiam drenar "liquidez do sistema bancário relativamente grande".
Por isso, o governo lançou o programa de financiamento a folha de pagamento apenas a esse público, mas delimitando, na medida, o acesso a crédito apenas às empresas com faturamento anual entre 360 mil reais e 10 milhões de reais.
(Por Marcela Ayres)