(Reuters) - O banco central da China deve deixar uma importante taxa de juros inalterada ao rolar empréstimos de médio prazo na sexta-feira, de acordo com uma pesquisa da Reuters, em meio à incerteza sobre o início do ciclo de cortes de juros do Federal Reserve.
Os observadores do mercado acreditam que Pequim continuará priorizando a estabilidade do iuan, apesar das opiniões generalizadas de que a economia precisa de mais estímulos.
Cortar os juros antes de um movimento do Fed ou de outros bancos centrais importantes ampliaria os diferenciais de rendimento, o que poderia pressionar ainda mais a moeda, que se desvalorizou 1,3% em relação ao dólar até agora neste ano apesar dos esforços persistentes do banco central para sustentá-la.
Em uma pesquisa da Reuters com 36 observadores do mercado realizada nesta semana, 32 esperam que o Banco do Povo da China mantenha taxa do instrumento de empréstimos de médio prazo (MLF) de um ano em 2,50% ao rolar 481 bilhões de iuanes (66,86 bilhões de dólares) desses empréstimos.
Os quatro participantes restantes projetaram uma redução marginal nos juros.
"Mantemos nossa opinião de que o Banco do Povo da China não vai se antecipar ao Federal Reserve para um corte na taxa de juros", disse Samuel Tse, economista do DBS.
"Afinal de contas, a autoridade tem como objetivo estabilizar a taxa de câmbio para evitar novas saídas de capital. A estabilização dos dados econômicos também deixa espaço para uma decisão tardia de corte nos juros."
A expectativa é de que o Fed corte seus juros neste ano se a inflação continuar caindo, e os mercados agora veem 65% de chance de uma redução em junho, embora tenha caído de 71% nesta semana, de acordo com dados do LSEG. A probabilidade de um corte em julho está em torno de 83%.
Um corte ou uma série de cortes nos juros pelo Fed daria margem de manobra para que a autoridade monetária chinesa reduza os custos de empréstimos para sustentar o crescimento econômico, disseram operadores e analistas.
"Esperamos mais afrouxamento da política monetária na China para apoiar o crescimento", disseram os economistas do Barclays (LON:BARC) em uma nota.
(Por Hou Xiangming em Pequim, Winni Zhou em Xangai e Tom Westbrook em Cingapura)