Por Leika Kihara e Tetsushi Kajimoto
TÓQUIO (Reuters) - O banco central do Japão apresentou sua própria versão do programa de empréstimo a pequenas e médias empresas nesta sexta-feira, para canalizar quase 280 bilhões de dólares a companhias afetadas pelo coronavírus e impedir que a economia caia ainda mais recessão.
Em reunião de emergência, o Banco do Japão também prorrogou por seis meses o prazo para uma série de medidas adotadas mais cedo este ano para injetar dinheiro a empresas.
As decisões vieram pouco depois de dados mostrarem que os preços ao consumidor no Japão voltaram a ter deflação pela primeira vez em três anos.
Com a série de medidas de alívio de crédito lançadas até agora, o banco central espera injetar ao menos 75 trilhões de ienes (697 bilhões de dólares) na economia.
"Com a decisão de hoje, o Banco do Japão pode fornecer suporte financeiro suficiente para pequenas e médias empresas", disse Yoshimasa Maruyama, economista-chefe do at SMBC Nikko Securities.
"Eu daria aprovação tanto em termos de tamanho quanto duração das medidas."
As medidas desta sexta-feira destacam preocupações em Tóquio de que a pandemia possa levar a um salto nas falências e perdas de emprego se não houver medidas mais fortes para injetar crédito a empresas afetadas.
Como esperado, o Banco do Japão manteve sua meta de juros de curto prazo de -0,1% e a promessa de guiar os rendimentos dos títulos do governo em torno de 0%.
O Japão entrou em recessão no último trimestre pela primeira vez desde 2015, com as medidas de restrição ao coronavírus afetando o consumo e a atividade empresarial.
Segundo o novo esquema de empréstimo, o Banco do Japão injetará cerca de 30 trilhões de ienes (279 bilhões de dólares) a bancos comerciais que emprestem a pequenas empresas que usam programas de ajuda ao financiamento lançados pelo governo.
O banco central também pagará juros de 0,1% aos bancos que ampliarem esses empréstimos. Ele começará a ofertar os empréstimos a partir de junho.
O banco central também prorrogou até março de 2021 o alívio emergencial anunciado em março e abril. Essas medidas incluem compras de títulos corporativos e papéis comerciais e empréstimos a juros zero oferecidos a bancos comerciais contra uma série de colaterais.
A maioria das medidas que o banco central havia adotado até agora eram direcionadas a grandes empresas que têm melhor acesso a empréstimos bancários e mercados de crédito.