Investing.com -- A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu na sexta-feira taxas de juros mais altas por mais tempo para atingir o objetivo principal do banco central de trazer a inflação de volta à sua meta de 2%.
"No ambiente atual, isso significa - para o BCE - fixar as taxas de juros em níveis suficientemente restritivos pelo tempo que for necessário para alcançar um retorno oportuno da inflação à nossa meta de médio prazo de 2%", disse Lagarde na sexta-feira em um discurso no simpósio de Jackson Hole.
A taxa de {{ecl-68||inflação da zona do euro} caiu para 5,3% ao ano em julho, mas ainda estava bem acima da meta de 2% do banco central.
Flexibilidade na política monetária é fundamental para os bancos centrais
A presidente do BCE também enfatizou a necessidade de os bancos centrais adotarem "flexibilidade" na política monetária, reconhecendo que as decisões de política não podem "depender exclusivamente de modelos estimados com dados antigos" ou se concentrar muito nos dados atuais, pois isso "provavelmente tornará a política monetária uma força reativa em vez de estabilizadora".
Lagarde destacou que a função de reação do BCE se baseia em três critérios:
- a perspectiva da inflação;
- a dinâmica da inflação subjacente;
- e a força da transmissão da política monetária.
Embora essa abordagem "com várias pernas" seja necessária para calibrar a política de forma eficaz, segundo Lagarde, também é necessário aprimorar o processo atualizando as tecnologias de previsão com "variáveis que atuam como os melhores indicadores antecedentes".
Aumento das apostas na pausa do BCE em meio ao tropeço econômico
O BCE já havia aumentado sua taxa de juros fundamental em 25 pontos-base, para 4,25% em julho, levando as taxas ao seu nível mais alto desde 2000.
Algumas pessoas em Wall Street, entretanto, têm apostado que o banco central poderia pausar os aumentos das taxas em setembro e fazer um último aumento em outubro.
Os comentários de Lagarde foram feitos em um momento em que os dados de sexta-feira mostraram sinais contínuos de crescimento econômico fraco na zona do euro.
A Alemanha, o motor de crescimento da zona do euro, divulgou na sexta-feira um relatório depesquisa de clima de negócios IFO pessimista, mostrando que o sentimento entre as empresas se deteriorou ainda mais, alimentando os temores de outra recessão na maior economia da Europa.