Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) reafirmou nesta quinta-feira sua política de afrouxamento monetário, deixando a porta aberta para crescentes compras de títulos e alimentando expectativas de que formalmente sinalizará sua intenção de reduzir os estímulos a partir do ano que vem.
O BCE manteve as taxas de juros em mínimas recordes, bem como confirmou que as compras de títulos seguirão em 60 bilhões de euros por mês pelo menos até dezembro, dizendo que pode até aumentar ou expandir essas operações, se necessário.
As decisões anunciadas nesta quinta-feira devem surpreender investidores que esperavam que o BCE começasse a estabelecer as bases para um corte dos estímulos monetários porque a economia cresce em ritmo robusto, a ameaça de deflação há muito desapareceu e o desemprego vem caindo rapidamente.
Analistas consultados pela Reuters não previam qualquer alteração na política monetária, mas esperavam que as compras de bônus fossem reduzidas em um terço em uma decisão mais no fim deste ano.
Também nesta quinta-feira, o BCE reduziu algumas de suas projeções para inflação, a fim de refletir o fortalecimento do euro, além de elevar as estimativas de crescimento após a economia da região registrar o melhor ritmo de crescimento em uma década.
O órgão agora prevê uma inflação de 1,5 por cento em 2017, e de 1,2 por cento em 2018, ante expectativas de 1,5 por cento e 1,3 por cento, respectivamente, divulgadas no mês de junho.
Já o crescimento econômico foi projetado pelo BCE em 2,2 por cento, maior que a expansão de 1,9 por cento esperada anteriormente.