FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu manteve sua postura de política monetária ultrafrouxa nesta quinta-feira, conforme a inflação permanece abaixo de sua meta pelo quinto ano consecutivo, mesmo com o crescimento econômico no seu melhor ritmo desde a crise financeira global.
O BCE até mesmo manteve o seu viés de mais afrouxamento, deixando a porta aberta para mais cortes de juros ou para um aumento da compra de ativos. Isso está em linha com as expectativas do mercado, mas em desacordo com os pedidos da Alemanha, a potência econômica da zona do euro, de uma redução gradual do estímulo.
Ainda assim, o presidente do BCE, Mario Draghi, pode reconhecer a melhora das perspectivas de crescimento do bloco em coletiva de imprensa às 09:30 (horário de Brasília), apontando para um forte impulso de crescimento, confiança econômica atingindo a máxima de 10 anos neste mês e o recuo do risco político depois que o candidato centrista pró-Europa venceu o primeiro turno da eleição presidencial da França.
Mas Draghi também deve argumentar que a inflação está mostrando poucos sinais de recuperação, o crescimento dos salários é fraco e os riscos ainda são abundantes, portanto tirar o pé do acelerador agora pode desfazer anos de trabalho, uma preocupação para os principais bancos centrais em todo o mundo.
Como a inflação não atinge a meta de 2 por cento há anos e até mesmo flerta com a deflação, o BCE está comprando 60 bilhões de euros em títulos por mês pelo menos até o final do ano e planeja manter as taxas de juros em território negativo até muito mais tarde.
O próximo passo do BCE, possivelmente em junho, pode incluir a retirada do viés de mais afrouxamento da política monetária e mudar a declaração de abertura regular de Draghi para refletir as melhores perspectivas da economia.
(Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa)