A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira, 11, que o BCE não depende do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) para tomar suas decisões de política monetária. Segundo ela, o BCE depende do comportamento dos dados econômicos da zona do euro.
"O que ocorre na zona do euro não será um espelho do que acontece nos EUA", disse Lagarde, em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão do BCE de deixar suas principais taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva.
Na quarta-feira, a aposta majoritária para o primeiro corte de juros pelo Fed passou a ser setembro, após dados fortes da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA.
Espera dos componentes
A presidente do BCE afirmou ainda que os dirigentes não pretendem esperar que todos os componentes da inflação cheguem à meta de 2%, antes de decidir por corte de juros. Durante entrevista coletiva, ela disse, que, de qualquer modo, que o BCE está atento a todos os componentes da inflação, além de acrescentar que "idas e vindas" e alguns "sobressaltos" na inflação já estão no cenário-base atual da instituição.
Lagarde afirmou que o declínio da inflação "não será linear", mas recordou que o cenário-base continua a ser de que a inflação irá à meta de 2% em meados de 2025.
Segundo ela, o BCE está bastante atento à questão da produtividade, à evolução dos salários e na trajetória dos lucros corporativos.
A presidente do BCE ainda foi questionada se a trajetória do euro poderia influir nas decisões de política monetária. Ela afirmou que o banco central não tem meta para a taxa de câmbio nem discutiu isso.
Questionada sobre o balanço da instituição, Lagarde comentou que o processo de redução dele prossegue, no nível anteriormente informado. O balanço já foi reduzido "de modo significativo", avaliou ela.