FRANKFURT (Reuters) - As autoridades do Banco Central Europeu discordaram sobre o cronograma e o tamanho de seu programa de estímulo de emergência este mês, mas concordaram que a compra de títulos é a melhor ferramenta nas circunstâncias atuais e que seus benefícios superam os custos, mostrou a ata da reunião do BCE de 4 de junho nesta quinta-feira.
Considerada uma resposta indireta à contestação do Tribunal Constitucional da Alemanha, o BCE defendeu as compras de ativos, argumentando que amplas evidências foram reunidas para provar que a compra de títulos do governo é a melhor maneira de reviver a economia da zona do euro e sustentar a inflação.
O Tribunal Constitucional da Alemanha decidiu no mês passado que o BCE abusou de seu mandato com mais de 2 trilhões de euros em compras de títulos do governo, ordenando que o banco central alemão abandone o esquema, a menos que o BCE possa provar a proporcionalidade do programa dentro de três meses.
"Há agora ampla evidência de uma literatura exaustiva mostrando que os programas de compra de ativos em geral e o Programa de Compra do Setor Público em particular provaram ser eficazes para alcançar os efeitos pretendidos na economia da área do euro e, assim, manter a estabilidade de preços", afirmou o BCE na ata da reunião.
As autoridades concordaram na quarta-feira em fornecer documentos vitais às autoridades alemãs para provar a proporcionalidade do esquema, mas o BCE não se envolverá diretamente no processo, deixando esse papel para o Bundesbank.
(Por Balazs Koranyi)