FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu (BCE) reduziu suas projeções de crescimento para os próximos dois anos, ao mesmo tempo em que elevou algumas de suas previsões de inflação, aumentando o espectro da "estagflação", um período em que a economia sofre um duplo golpe de estagnação e inflação alta.
As novas projeções desta quinta-feira mostram que a inflação está desacelerando da taxa atual de 5,3% para 3,2% no próximo ano e 2,1% em 2025, fazendo apenas um progresso lento em direção à meta de 2% do banco, apesar da série mais rápida de aumentos de juros nos 25 anos de história do BCE.
A inflação vem caindo ao longo do ano, após ter ultrapassado os 10% no ano passado, mas um mercado de trabalho robusto, uma demanda saudável por serviços e margens corporativas relativamente altas estão mantendo a pressão sobre os preços.
Espera-se também que a inflação subjacente permaneça acima da meta, com a leitura de 2024 em 2,9% e a de 2025 em 2,2%.
Isso levou o BCE a elevar os juros pela décima vez consecutiva nesta quinta-feira, preocupado com o fato de que a inflação alta pode ser um risco maior para a economia do que a estagnação econômica.
Enquanto isso, as perspectivas de crescimento continuaram a se deteriorar e o BCE agora vê uma expansão de apenas 0,7% em 2023, depois de prever 0,9% há três meses.
Para o próximo ano, o banco prevê que a economia crescerá 1,0%, sem nenhuma grande recuperação no horizonte.
Veja a seguir as projeções do BCE para a inflação e o crescimento econômico. As projeções anteriores, de junho, estão entre parênteses.
2023; 2024; 2025
Crescimento do PIB: 0,7% (0,9%); 1,0% (1,5%); 1,5% (1,6%).
Inflação: 5,6% (5,4%); 3,2% (3,0%); 2,1% (2,2%).
(Por Balazs Koranyi)