FRANKFURT (Reuters) - O volume de compras de títulos pelo Banco Central Europeu está se tornando "menos importante" à medida que as perspectivas econômicas melhoram e o esquema de impressão de dinheiro se torna uma ferramenta para guiar as expectativas dos juros, disse nesta segunda-feira Isabel Schnabel, membro do Conselho do BCE
A declaração de Schnabel, que também saudou o recente aumento da inflação, deve ser vista como cenário para uma nova redução no ritmo de compra de títulos, conforme a economia da zona do euro se recupera de uma queda induzida pela pandemia e aumentam as expectativas de inflação.
O BCE reduziu o ritmo de seu Programa de Compra de Emergência da Pandemia (PEPP) neste mês e deve encerrá-lo em março. O banco também realiza o Programa de Compra de Ativos (APP), menor e mais antigo, que planeja encerrar "pouco antes" de aumentar as taxas de juros.
"Conforme o cenário para a inflação melhora, torna-se menos importante o quanto o banco central compra ou quando a redução no ritmo de compras líquidas de ativos começará, mas sim quando essas compras terminarão", disse Schnabel em conferência.
"É a data do fim que sinaliza que as condições para um aumento nos juros estão se aproximando. A sequência precisa e o momento vão, claro, exigir orientação cuidadosa quando chegar a hora."
Os integrantes do Conselho do BCE usaram uma narrativa semelhante em 2018, enquanto se preparavam para interromper o Programa de Compra de Ativos pela primeira vez.
O BCE deve tomar uma decisão sobre o PEPP e o APP em dezembro, e Schnabel disse que o caminho a seguir ainda é incerto e que seria um erro apertar a política monetária cedo demais.
Os investidores esperam que o APP seja aumentado a partir de abril para compensar parte dos volumes perdidos do PEPP.
(Reportagem de Francesco Canepa)