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BIS apoia forte aumento dos juros, apesar de risco crescente de recessão

Publicado 19.09.2022, 11:24
© Reuters. Sede do Banco Internacional de Compensações (BIS) em Basileia, Suíça
26/03/2019
REUTERS/Arnd Wiegmann
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Por Marc Jones

LONDRES (Reuters) - O Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), órgão responsável pela supervisão dos bancos centrais globais, instou as principais economias a seguirem em frente com fortes aumentos das taxas de juros, apesar da crescente ameaça de recessões e da volatilidade no mercado de câmbio.

O relatório trimestral do BIS, com sede na Suíça, reconheceu que os riscos de recessão e de dívida estão aumentando, mas disse que reduzir a inflação global crescente continua sendo fundamental.

"É importante agir de forma oportuna e contundente", disse o chefe do Departamento Monetário e Econômico do BIS, Claudio Borio. "Antecipar (os aumentos de juros) tende a reduzir a probabilidade de um pouso forçado."

O Federal Reserve, banco central dos EUA, deve elevar os custos dos empréstimos acentuadamente mais uma vez nesta semana. Seus movimentos bruscos de política monetária neste ano, bem como a invasão da Ucrânia pela Rússia, já provocaram turbulência generalizada no mercado financeiro.

Fed: Decisão de juros é aguardada após inflação de agosto descalibrar expectativas

Questionado sobre se havia um ponto em que os bancos centrais teriam ido longe demais no aperto monetário, Borio disse que essa é a "pergunta de 1 bilhão, 3 bilhões, qualquer número de bilhões que você queira dizer, de dólares".

O que a torna particularmente complexa, acrescentou ele, é que esta é a primeira vez desde pelo menos a Segunda Guerra Mundial em que as autoridades estão tentando combater a inflação crescente num momento em que crises da dívida já estão aparecendo e há sérias preocupações com os mercados imobiliários superfaturados.

Além disso, as previsões de crescimento têm sido continuamente ajustadas para baixo, enquanto as expectativas de inflação vêm subindo.

"Sabemos que o caminho é bastante estreito", disse Borio. "Claramente, se antes havia risco de recessão, esse risco aumentou."

O rápido aumento da inflação, das taxas de juros e dos preços de energia neste ano desencadeou um dos maiores movimentos de venda de todos os tempos nos mercados financeiros.

Uma seção especial do relatório do BIS apontou para o potencial de mais problemas à frente.

O documento alertou que uma substituição do petróleo russo seria difícil, dada a capacidade ociosa limitada de outros grandes produtores e o investimento moderado em novos projetos.

© Reuters. Sede do Banco Internacional de Compensações (BIS) em Basileia, Suíça
26/03/2019
REUTERS/Arnd Wiegmann

Isso pode levar a aumentos persistentes dos preços de produtos relacionados ao petróleo, enquanto o salto nos preços do gás natural pode ter um impacto grande e prolongado nos custos de eletricidade e representar um grande obstáculo à produção industrial.

Fora dos Estados Unidos, a alta do dólar está aumentando os problemas de inflação e também pressionando países menos desenvolvidos fortemente endividados em dólares, que agora lutam para pagar suas obrigações à medida que suas próprias moedas se desvalorizam.

"Isso pode levar a mais pressão para aperto da política monetária para evitar uma grande depreciação e também pode induzir, como ferramenta adicional, a intervenção em moeda estrangeira, como já ocorreu em vários países", disse Borio.

Desaceleração global pode prejudicar o crescimento brasileiro? Confira no vídeo:

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