Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil continuou em trajetória de alta e fechou o primeiro trimestre em 13,7 por cento, novo recorde histórico e com contingente de mais de 14 milhões de pessoas sem emprego em meio à dificuldade de a economia dar sinais consistentes de recuperação após dois anos seguidos de recessão.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, nos três meses até fevereiro, a taxa de desemprego estava em 13,2 por cento e, no primeiro trimestre de 2016, em 10,6 por cento. O resultado de março ficou em linha com pesquisa da Reuters junto a economistas.
"Fechamos o trimestre com notícias nada favoráveis para o mercado de trabalho. As pessoas estão tendo que se jogar no mercado em busca da sobrevivência", destacou o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
Ele se referia ao número recorde de 103,123 milhões de pessoas na força de trabalho, ou aqueles que estão disponíveis para trabalhar, aumento de 1,4 por cento sobre o ano anterior.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou ainda que a quantidade de trabalhadores sem emprego no período atingiu 14,176 milhões, 27,8 por cento a mais do que no primeiro trimestre de 2016, ou 3,1 milhões a mais de pessoas sem um posto.
A população ocupada foi a 88,947 milhões de pessoas em março, o nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2012, início do levantamento, após recuo de 1,9 por cento sobre o mesmo período de 2016.
O número de trabalhadores com carteira assinada caiu a 33,406 milhões de pessoas no primeiro trimestre, o menor contingente da série.
O setor que apresentou o maior número de dispensas no período sobre 2016, segundo a Pnad Contínua, foi o de agricultura e pecuária, com 758 mil trabalhadores a menos.
O IBGE informou ainda que a renda média do trabalhador subiu 2,5 por cento no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano anterior, alcançando 2.110 reais.