BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil teve superávit comercial de 4,758 bilhões de dólares em novembro, mais alto para o mês da série histórica iniciada em 1989, impactado positivamente pelo aumento das exportações num período de expressivo avanço do dólar.
O desempenho, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), também veio acima do saldo positivo em 3 bilhões de dólares estimado por analistas em pesquisa Reuters.
Em novembro, as exportações subiram 17,5 por cento na comparação anual pela média diária, a 16,220 bilhões de dólares, num mês em que a moeda norte-americana subiu 6,18 por cento sobre o real, após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos ter elevado incertezas sobre como será o comportamento da maior economia do mundo sob seu comando.
Com o dólar mais caro, os produtos brasileiros ficam mais competitivos no exterior.
De outro lado, a recessão econômica tem impacto direto sobre as trocas comerciais no azul, já que, diante do menor apetite dos brasileiros em comprar e investir, as importações vêm caindo em ritmo acentuado.
Essa dinâmica teve prosseguimento em novembro, quando as importações somaram 11,463 bilhões de dólares, recuo de 9,1 por cento sobre igual mês do ano passado pela média diária.
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Na comparação com um ano antes, as exportações de novembro tiveram um salto em manufaturados (+41,8 por cento), beneficiadas pela venda de plataforma para extração de petróleo de 1,9 bilhão de dólares e um aumento de 85 por cento nas vendas de automóveis de passageiros.
As exportações de semimanufaturados, por sua vez, avançaram 21,3 por cento na mesma base, com destaque para elevação do açúcar em bruto (+45,6 por cento). Já as vendas de básicos caíram 5,5 por cento.
Do lado das importações, houve queda nas categorias de combustíveis e lubrificantes (-46,9 por cento), bens de capital (-22,4 por cento) e bens de consumo (-0,8 por cento), enquanto as compras de bens intermediários subiram 1,2 por cento.
No acumulado dos 11 meses do ano, o superávit é de 43,282 bilhões de dólares, também recorde para o período. Para o consolidado do ano, o MDIC estima um saldo positivo em 45 a 50 bilhões de dólares. Até agora, o melhor resultado já obtido pelo país se deu em 2006, quando o superávit da balança comercial foi de 46,5 bilhões de dólares.
De janeiro a novembro, as importações caíram 22 por cento ante igual etapa de 2015, a 126,025 bilhões de dólares, e as exportações sofreram uma retração bem menor, de 3,3 por cento, a 169,307 bilhões de dólares.
(Por Marcela Ayres) 2016-12-01T183116Z_1_LYNXMPECB030Z_RTROPTP_1_MACRO-BALANCA-NOVEMBRO.JPG