Por Mitch Phillips
LONDRES (Reuters) - A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) disse "reconhecer e aceitar totalmente a gravidade extrema" das descobertas da comissão independente da Wada (a agência mundial antidoping) nesta quinta-feira, depois de a entidade que gere o atletismo ter sido criticada por uma administração fraca que permitiu a corrupção generalizada no seu comando.
A IAAF afirmou num comunicado que a debilidade de sua gestão "havia permitido que indivíduos no comando do último regime atrasassem o prosseguimento de medidas normais em certos casos de doping".
A federação disse que as recomendações da comissão, em relatório, para melhorar a gestão da entidade seriam incorporadas "na revisão completa que foi iniciada pelo presidente da IAAF, Sebastian Coe, imediatamente depois que ele assumiu o cargo".
A comissão da Wada expôs o regime corrupto do ex-presidente Lamine Diack e disse que o conhecimento sobre o problema deveria ser abrangente entre os principais dirigentes da federação, que tem base em Mônaco.
Coe aceitou que o conselho da organização, do qual ele é membro há bastante tempo, deveria ter ciência da corrupção e afirmou à Reuters que ele implementaria reformas para assegurar que a situação não se repetisse.
"Eu vou implantar sistemas para o conselho atual, e então o meu sucessor não vai estar nunca numa posição em que não entendemos a natureza da administração do dia a dia da entidade", declarou Coe.
"Não podemos mudar o passado, mas eu estou determinado de que vamos aprender com isso e que não vamos repetir os erros", acrescentou.
A presidente da federação norte-americana de atletismo e conselheira da IAAF, Stephanie Hightower, afirmou que estava "perturbada" pelo relatório, mas deu apoio a Coe.
O ex-chefe do atletismo russo Valentin Balakhnichev, que foi bastante criticado no relatório e foi banido por toda a vida por causa de corrupção e chantagem na semana passada, atribuiu pouca credibilidade ao documento.