BRASÍLIA (Reuters) - Se for preciso fazer mais intervenções no câmbio, "assim faremos", disse nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltando que o câmbio é flutuante e que as atuações ocorrem em momentos de disfuncionalidade no mercado.
Em evento promovido pela XP Investimentos (BVMF:XPBR31), Campos Neto disse que a intervenção anunciada pelo BC na quinta-feira e realizada nesta manhã foi feita porque a autarquia entendeu que era necessário rebalancear o "fluxo atípico" de dólares por conta de um rebalanceamento de índice do mercado.
A afirmação se deu em meio ao rebalanceamento do Morgan Stanley (NYSE:MS) Capital International, um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em bolsas de valores internacionais.
"A gente está tendo um movimento de fluxo atípico por um rebalanceamento de um índice... cabe ao BC mapear qual o tamanho desse desbalanceamento, quanto precisa para suprir esse fluxo que é atípico, e a gente também está olhando a diferença do que a gente entende que é um descolamento muito grande dos fundamentos, às vezes por critério de liquidez, às vezes por ruídos de curto prazo", disse.
"A gente está mapeando, se for preciso mais intervenções, assim faremos", acrescentou.
Ele ressaltou que o Banco Central tem reservas suficientes para fazer intervenções cambiais quando for necessário.
O Banco Central vendeu 1,5 bilhão de dólares nesta sexta-feira em leilão à vista da moeda norte-americana, no que foi a segunda intervenção da instituição no câmbio desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A operação foi anunciada na véspera.
No início da tarde desta sexta, após o leilão, o dólar operava próximo a 5,66, em alta de 0,7%.
(Por Bernardo Caram e Marcela Ayres)