WASHINGTON (Reuters) - Os preços aos produtores norte-americanos aumentaram mais do que o esperado em maio em meio a uma disparada do custo da carne, mas a tendência subjacente de inflação do produtor para o setor continuou branda.
O Departamento do Trabalho disse nesta quinta-feira que seu Índice de Preços ao Produtor (PPI) para demanda final reagiu 0,4% no mês passado, depois de cair 1,3% em abril, o maior decréscimo desde que a série foi reformulada em dezembro de 2009. No período de doze meses até maio, o PPI recuou 0,8%, o que veio na esteira de um recuo de 1,2% em abril, a maior queda desde novembro de 2015.
Economistas entrevistados pela Reuters haviam previsto que o PPI subiria 0,1% em maio e cairia 1,2% na comparação anual.
O relatório se seguiu a dados de quarta-feira que mostraram que os preços ao consumidor declinaram em maio pelo terceiro mês seguido. O Federal Reserve norte-americano também reduziu suas projeções de inflação para este ano, 2021 e 2022, à medida que a pandemia de Covid-19 coíbe a demanda.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos, energia e serviços comerciais, os preços aos produtores subiram 0,1% em maio depois de caírem 0,9% em abril, a maior queda desde a adoção da série em setembro de 2013. O chamado PPI central caiu durante três meses seguidos.
Nos doze meses transcorridos até maio, o PPI central recuou 0,4%, o maior declínio ano a ano desde a adoção da série em agosto de 2013. O desempenho veio na sequência de uma queda de 0,3% em abril.
O Fed monitora o Índice de Preços Para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) de olho em sua meta de inflação de 2%. O PCE central aumentou 1% na comparação anual em abril, o menor avanço desde dezembro de 2010. Os dados do PCE central de maio serão divulgados no final do mês.
Em maio, os preços de alimentos no atacado subiram 6,0%, respondendo por quase dois terços do salto de 1,6% nos preços das mercadorias, a maior elevação desde que a série foi reformulada em dezembro de 2009. Os preços de alimentos, que caíram 0,5% em abril, ganharam fôlego no mês passado com um aumento de 40,4% nos preços da carne. Os preços das mercadorias caíram 3,3% em abril.
Os preços da energia no atacado se recuperaram em 4,5% depois de caírem 19% em abril. Os preços da gasolina dispararam 43,9%, depois de despencarem 56,6% em abril, a maior queda desde que a série teve início em fevereiro de 1947.
Os preços de produtos essenciais não sofreram alteração no mês passado, depois de caírem 0,4% em abril.
O custo dos serviços caiu 0,2% em maio, após um declínio semelhante no mês anterior, enquanto serviços de saúde aumentaram em 0,5%, depois de terem ficado estáveis em abril.
(Por Lucia Mutikani)