Por Kevin Yao e Yawen Chen
PEQUIM (Reuters) - A economia da China cresceu acima do esperado no primeiro trimestre diante de gastos mais altos do governo em infraestrutura e um boom imobiliário que ajudou a produção industrial a ter o ritmo mais forte em mais de dois anos.
O crescimento de 6,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) foi o mais forte em seis trimestres, com números de investimentos, vendas no varejo e exportações em março acima do esperado sugerindo que a economia pode manter à frente o ímpeto sólido.
Mas a maioria dos analistas diz que o primeiro trimestre pode ser o melhor que a China terá neste ano, e se preocupam que o país ainda dependa muito de estímulos e de motores de crescimento da "velha economia", principalmente da indústria siderúrgica e do mercado imobiliário, que está mostrando sinais de superaquecimento.
"O governo chinês tem uma tendência de contar com o desenvolvimento de infraestrutura para sustentar o crescimento no longo prazo", disseram economistas do ANZ em nota.
"A pergunta que precisamos fazer é se este modelo liderado pelo investimento é sustentável, já que as autoridades têm dificuldade de controlar o crédito. Nós precisamos prestar atenção se a liderança da China vai enviar um sinal mais forte para apertar a política monetária em breve."
Mesmo com a promessa de autoridades para reprimir os riscos da dívida, o financiamento social total da China, uma medida ampla de crédito e liquidez na economia, atingiu um recorde de 6,93 trilhões de iuanes (1 trilhão de dólares) no primeiro trimestre --aproximadamente o tamanho de economia do México.
Ao mesmo tempo, os gastos dos governos central e locais aumentaram 21 por cento em relação ao ano anterior.
Isso ajudou a acelerar o ritmo de crescimento no primeiro trimestre para além da meta do governo em 2017 de cerca de 6,5 por cento, superando também a expectativa de economistas de 6,8 por cento na comparação anual.
Em março, a produção industrial da China cresceu 7,6 por cento sobre o ano anterior, enquanto os investimentos em ativo fixo avançaram 9,2 por cento, ambos superando as expectativas.
Analistas consultados pela Reuters esperavam expansão da produção industrial de 6,3 por cento, e de 8,8 para o aumento do investimento em ativo fixo.
Já as vendas no varejo avançaram 10,9 por cento em março na comparação anual, contra expectativa de avanço de 9,6 por cento