A CNI (Confederação Nacional da Indústria) defendeu que o Banco Central corte a Selic em 0,75 p.p (ponto percentual) na reunião de 4ª feira (20.mar.2024). A autoridade monetária tem reduzido a taxa básica de juros em 0,50 p.p. a cada encontro desde agosto de 2023. Ou seja, a entidade pede um ritmo mais acelerado nos cortes.
A justificativa para as reduções maiores seria o controle da inflação. Com a alíquota mais baixa, a CNI fala em “reduzir os custos de financiamento para as empresas e para incentivar novos investimentos”. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 663 kB).
“O Banco Central precisa juntar esforços dando sua contribuição. A situação da inflação no Brasil já permite, há algum tempo, a redução mais relevante dos juros reais”, diz o presidente da confederação, Ricardo Alban.
A CNI também fala em danos para a economia causados pela Selic em patamares elevados. Menciona a inadimplência e a redução no acesso ao crédito.
“Adiar a aceleração no ritmo de queda da Selic certamente penalizaria ainda mais a atividade econômica no Brasil”, afirma Alban.
Taxas de juros em patamares elevados controlam a inflação. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central realiza os cortes graduais como tentativa de garantir um controle sobre os índices de preços.
No acumulado de 12 meses até fevereiro, a taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 4,51% para 4,50%.
A meta de inflação do Brasil em 2024 é de 3%, mas tem intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Portanto, ainda será considerado na meta caso a inflação fique de 1,5% a 4,5%.
A Selic está em 11,25% ao ano. Ao todo, já foram 5 cortes seguidos depois de 3 anos sem novas reduções.
Na reunião de 4ª feira (20.mar), espera-se mais uma queda de 0,50 ponto percentual. O mercado estima que a taxa básica deve terminar 2024 em 9% ao ano.