Por Luis Jaime Acosta e Oliver Griffin
BOGOTÁ (Reuters) - Milhares de colombianos voltaram às ruas nesta quarta-feira em meio a um impasse nas negociações entre o governo e líderes de protestos contra o governo que se estendem pelo segundo mês.
Os atos contra as políticas sociais e econômicas do presidente Iván Duque começaram no dia 28 de abril. Os manifestantes reivindicam uma renda básica, oportunidades para os jovens e o fim da violência policial.
Um comitê nacional de greve formado por sindicatos, grupos estudantis e outras organizações da sociedade civil está representando os manifestantes nas discussões com o governo.
Na semana passada, os dois lados chegaram a um chamado pré-acordo, cujos detalhes ainda não foram divulgados. Mas o comitê posteriormente acusou o governo de retroceder e as negociações de terça-feira terminaram sem mais avanços.
O governo afirma que os líderes do protesto precisam condenar os bloqueios de estradas que têm causado escassez em todo o país e afetam as exportações de café, carvão e outros produtos, acrescentando que o ponto não é negociável. O comitê diz que não tem influência sobre todos os manifestantes.
As forças de segurança retiraram gradualmente alguns bloqueios, mas 38 permanecem, de acordo com o ministro da Defesa.
Francisco Maltes, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que faz parte da comissão, acusou o governo de atrasar a assinatura do pré-acordo que inclui garantias que a comissão considera necessárias para proteger os direitos dos manifestantes.
"Todas essas ações são para pressionar o governo a iniciar negociações", disse Maltes à Reuters. “Falta vontade política ao governo para buscar um acordo. Estamos esperando que o governo assine o pré-acordo de garantias.”
(Reportagem de Oliver Griffin, reportagem adicional de Luis Jaime Acosta)