SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor brasileiro diminuiu em setembro pelo segundo mês seguido devido a piora das expectativas para os próximos meses em meio à frustração com a recuperação lenta do mercado de trabalho, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Com queda de 1,7 ponto em relação a agosto, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) chegou em setembro a 82,1 pontos, voltando ao nível de junho, quando a confiança havia sido abalada pela greve dos caminhoneiros do mês anterior.
"O resultado parece estar diretamente relacionado à situação financeira das famílias e à lenta recuperação do mercado de trabalho. Apesar de adicionar dúvidas, o cenário político-eleitoral não parece ser o principal fator para a queda do indicador em setembro", disse a coordenadora da Sondagem do Consumidor, Viviane Seda Bittencourt, em nota.
A atividade econômica no Brasil atualmente vem apresentando um ritmo fraco de crescimento, marcada pelo desemprego em dois dígitos e ampla capacidade ociosa.
Apesar de uma leve melhora das avaliações sobre a situação atual, o resultado de setembro teve como base a piora das expectativas para os próximos meses.
O Índice de Situação Atual (ISA) avançou 0,9 ponto, para 72,3 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 3,3 pontos, para 89,7 pontos, registrando o menor nível desde fevereiro de 2017.
Segundo a FGV, o indicador que mede o grau de satisfação com a economia no momento caiu 1,1 ponto em setembro, retornando ao nível de junho de 77,5 pontos). Já o indicador que mede o otimismo com relação à evolução da economia recuou 3,4 pontos, chegando a 100,0 pontos, o patamar mais baixo desde maio de 2016.
(Por Stéfani Inouye)