Bruxelas, 16 mai (EFE).- A União Europeia (UE) pediu cautela nesta segunda-feira na hora de buscar um sucessor para Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI), para o qual pediu respeito à sua presunção de inocência, e declarou que sua prisão não afetará a estabilidade da zona do euro.
Strauss-Kahn, que foi uma figura fundamental na negociação dos resgates financeiros da Grécia e da Irlanda, foi preso no último fim de semana em Nova York após ser acusado de tentativa de estupro por uma camareira de um hotel.
Segundo as pesquisas, o diretor-gerente do FMI era um dos favoritos a vencer as eleições presidenciais da França, nas quais enfrentaria o atual presidente, Nicolas Sarkozy.
Segundo o porta-voz de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Amadeu Altafaj, a Comissão Europeia confia "que haverá uma continuidade total no processo de tomada de decisões no FMI".
Na reunião dos ministros de Finanças da zona do euro realizada nesta segunda-feira em Bruxelas, na qual deve ser definido o programa de resgate a Portugal, a ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, afirmou que "o diálogo continua entre o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI, que evidentemente estará representado" no encontro.
"Temos sérios problemas para tratar a respeito do plano de apoio a Portugal e do financiamento da Grécia. É o que vamos examinar nesta tarde", acrescentou.
A ministra de Economia espanhola, Elena Salgado, pediu que se respeite a presunção de inocência e se negou a falar de um possível substituto na instituição monetária caso a denúncia contra Strauss-Kahn se prove verdadeira.
"Eu acho que estamos antecipando eventos, acho que é preciso ser um pouco mais respeitoso", declarou a ministra.
No mesmo tom, o titular das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou que a detenção do diretor do FMI não tem nada a ver com a crise na zona do euro.
O ministro alemão seguiu a linha da chanceler alemã, Angela Merkel, que declarou nesta segunda-feira em Berlim que agora não é o momento de se pensar no substituto de Strauss-Kahn, apesar de que, segundo sua opinião, a Europa pode apresentar muito bons candidatos.
Um pacto extra-oficial - criticado por outros países - entre Estados Unidos e nações europeias dá a direção do Banco Mundial a um americano, enquanto a do FMI fica sempre a cargo de um europeu. EFE