Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A contração da atividade de serviços do Brasil perdeu força em junho, mas a pandemia de coronavírus ainda exerce forte impacto com reflexo principalmente no recuo dos novos trabalhos e no corte de vagas, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgada nesta sexta-feira.
O PMI de serviços do país compilado pelo IHS Markit avançou em junho para a máxima de quatro meses de 35,9, contra 27,6 em maio, mas ainda longe da marca de 50 --que separa crescimento de contração.
Os dados mostram que os volumes de novos trabalhos foram reduzidos pelo quarto mês seguido e a uma taxa ainda considerável, embora menor, segundo o IHS Markit.
As vendas tanto internas quanto externas foram menores, sendo que os novos negócios para o exterior caíram a um ritmo forte.
As empresas continuaram também em junho a cortar sua força de trabalho, como reflexo dos controles de custos. As reduções de vagas aconteceram pelo quarto mês seguido e à taxa mais acentuada na história da pesquisa.
Embora os gastos operacionais tenham aumentado no ritmo mais lento na história da pesquisa, as margens permaneceram sob pressão já que os descontos atingiram novo recorde, com as empresas tentando conquistar novos trabalhos em um ambiente extremamente desafiador.
Em relação aos preços de insumos, entretanto, os entrevistados citaram aumentos nos equipamentos de proteção pessoal.
Apesar do cenário desafiador, a confiança melhorou e voltou a território positivo pela primeira vez em quatro meses, sustentada pelas previsões de retomada da atividade econômica relacionadas ao afrouxamento das restrições contra o coronívrus.
Entretanto, o sentimento permanece historicamente baixo, já que algumas empresas indicaram preocupações com atraso na retomada devido às dificuldades de controle da pandemia.
Apesar das perdas no setor de serviços, o PMI Composto do Brasil se fortaleceu em junho para a máxima em quatro meses de 40,8, de 28,1 em maio. Isso porque o PMI da indústria mostrou que o setor voltou a crescer em junho pela primeira vez desde fevereiro.
(Edição de José de Castro)