Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira num dia de poucos movimentos e fluxo mais positivo, à espera de novos sinais sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, e sob a constante intervenção do Banco Central brasileiro.
A moeda norte-americana recuou 0,45 por cento, a 2,2115 reais na venda, perto da mínima da sessão de 2,2110 reais. Na máxima, a divisa saiu a 2,2230 reais.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.
"O mercado está caminhando sempre de lado nessas últimas semanas e hoje foi um dia excepcionalmente vazio. O movimento é mais de fluxo do que de notícia", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
"Enquanto não tivermos grandes acontecimentos no exterior, não vejo grandes empolgações no câmbio", acrescentou.
A divisa dos EUA vem operando entre 2,20 e 2,25 reais desde o início de abril, banda informal que boa parte do mercado acredita agradar ao BC, pois não pressiona a inflação e, ao mesmo tempo, não prejudica as exportações.
Pela manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 2 mil contratos para 2 de fevereiro e 2 mil para 1º junho de 2015, com volume equivalente a 198,3 milhões de dólares.
Em seguida, vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 25 por cento do lote total, que corresponde a 9,457 bilhões de dólares.
Segundo analistas, um fator que poderia provocar mais movimentos no mercado brasileiro de câmbio é a participação da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, em audiências no Senado e na Câmara dos Estados Unidos ainda nesta semana.
O banco central norte-americano tem reduzido suas medidas de estímulo econômico e o mercado está atento a um eventual aumento da taxa de juros, que poderia atrair à maior economia do mundo recursos atualmente aplicados no Brasil.
Por enquanto, investidores não acreditam que mais um aperto na política monetária nos EUA pode vir antes do esperado, mas buscarão nas declarações de Yellen pistas sobre como o Fed se posiciona diante de alguns números positivos sobre a economia.
"Esta semana tem grande potencial de influenciar os mercados emergentes, conforme nos aproximamos da próxima reunião do Fed, no fim de julho", escreveram analistas do Credit Suisse em relatório.
No exterior, o dólar subia contra o iene mas operava perto da estabilidade em relação a outras divisas, com investidores aguardando o pronunciamento da chair do Fed.