Por Kevin Yao e Stella Qiu
PEQUIM (Reuters) - O crescimento econômico da China corre o risco de cair abaixo da meta mínima de 6% estabelecida para 2019 no terceiro trimestre ou no próximo ano, alertam analistas, mas os economistas do governo estão um pouco mais otimistas conforme esperam estímulo para ajudar a evitar uma desaceleração mais acentuada.
Economistas acreditam que o crescimento econômico da China provavelmente esfriou ainda mais neste trimestre, ante uma mínima em quase 30 anos de 6,2% alcançada entre abril e junho, mas os analistas divergem quanto à possibilidade de persistência da desaceleração, apesar de uma série de medidas políticas do governo.
A atividade econômica chinesa piorou em agosto, com o crescimento da produção industrial em seu nível mais fraco em 17 anos e meio, conforme a guerra comercial contra os Estados Unidos prejudica a confiança empresarial, o investimento e o consumo doméstico.
"Existe o risco de o PIB do terceiro trimestre ficar abaixo de 6,0%", disse Zhaopeng Xing, economista da ANZ.
O UBS espera que o crescimento econômico da China diminua para 5,5% em 2020, em relação ao ritmo esperado de 6,0% em 2019. O crescimento desacelerará ainda mais no último trimestre de 2019 e no primeiro trimestre de 2020 devido ao impacto das tarifas mais altas dos EUA, disse Tao Wang, economista da UBS na China.
O governo chinês tem como objetivo um crescimento de 6% a 6,5% em 2019, e analistas do governo esperam que as medidas de estímulo sustentem a economia.
"Esta rodada de políticas, incluindo políticas fiscais, monetárias e estruturais, será definitivamente refletida no quarto trimestre, caso contrário, essas políticas serão ineficazes", disse Zhang Yuxian, chefe do departamento de previsão econômica do State Information Center, um dos principais institutos de pesquisa do governo chinês.