Por Xiaoyi Shao e Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A economia chinesa deu mais sinais de fadiga em novembro, com o crescimento da produção industrial desacelerando mais que o esperado e o crescimento dos investimentos ficando perto da mínima em 13 anos, aumentando a pressão para que autoridades lancem novos estímulos.
Em um sinal de que bancos já estão reagindo às instruções de Pequim para estimular a economia, no entanto, os novos empréstimos saltaram 56 por cento no mês.
Pressionado pelo enfraquecimento do mercado imobiliário, o crescimento econômico da China já havia desacelerado para 7,3 por cento no terceiro trimestre. Assim, os números fracos de novembro sobre indústria e investimentos sugerem que o crescimento no ano como um todo ficará abaixo da meta de Pequim, de 7,5 por cento, no menor ritmo em 24 anos.
"Os dados não são um bom presságio para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre, que deve desacelerar ainda mais", disse o economista sênior do Crédit Agricole CIB Dariusz Kowalczyk.
O crescimento dos investimentos imobiliários também perdeu força nos primeiros 11 meses de 2014, embora as vendas de imóveis tenham registrado o melhor mês neste ano, sustentadas pelos esforços de Pequim para reviver o setor, do qual depende boa parte da economia.
Após as decisões em setembro de cortar as taxas de hipoteca e as entradas para alguns compradores de imóveis residenciais, o banco central da China cortou as taxas de juros pela primeira vez em dois anos em 21 de novembro.
O surpreendente corte de juros sinalizou a crescente preocupação das autoridades com a possibilidade de uma eventual desaceleração mais forte na economia aumentar o risco de perdas no emprego e calotes.
A produção industrial da China avançou 7,2 por cento em novembro contra um ano antes, menos do que o esperado, mas as vendas no varejo avançaram 11,7 por cento e superaram as expectativas, informou nesta sexta-feira a Agência Nacional de Estatísticas.
O investimento em ativos fixos, importante motor da atividade econômica, cresceu 15,8 por cento nos 11 primeiros meses do ano ante o mesmo período do ano passado, em linha com as projeções, mas reduzindo ligeiramente o ritmo.
Economistas consultados pela Reuters esperavam que a produção industrial subisse 7,5 por cento e que as vendas no varejo avançassem 11,5 por cento. A expectativa para o investimento em ativos fixos no período entre janeiro e novembro era de alta de 15,8 por cento.
Em outubro, a produção cresceu 7,7 por cento e as vendas varejistas avançaram 11,5 por cento, com o investimento em ativos fixos entre janeiro e outubro em alta de 15,9 por cento sobre o mesmo período do ano anterior.
(Reportagem de Xiaoyi Shao e Kevin Yao)