Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - O crescimento do setor de serviços do Brasil esfriou em novembro, com o enfraquecimento das novas encomendas restringindo a produção e o emprego, mas ainda assim a confiança futura atingiu máxima de três meses, de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira.
O IHS Markit informou que o PMI de serviços brasileiro caiu a 50,9 em novembro, de 51,2 em outubro, permanecendo acima da marca de 50 (que indica crescimento). O resultado, porém, é o mais fraco do atual período de cinco meses de expansão do setor.
A atividade e vendas aumentaram em quatro das cinco categorias monitoradas, com Informação e Comunicação liderando em ambos os casos.
As empresas destacaram o aumento das novas encomendas, mas ainda assim a taxa de expansão delas foi a mais fraca nessa sequência de cinco meses de crescimento. O desempenho do setor de serviços em novembro foi contido pela demanda ainda frágil e pelas condições econômicas, segundo o IHS Markit.
As vendas totais não foram maiores devido a uma renovada contração nas novas encomendas de exportação, após aumento em outubro pela primeira vez em oito meses.
Diante disso, a criação de empregos se moderou. As empresas que contrataram citaram melhora da demanda, enquanto as que cortaram pessoal falaram em redução de custos e perda de receita. Em novembro, a taxa de criação de empregos no setor de serviços do Brasil foi a mais fraca em quatro meses.
A carga de custos seguiu em alta em novembro, com preços mais altos de combustíveis e carne e fraqueza cambial, mas ainda assim a taxa de inflação foi a mais baixa em três meses. Assim, os preços de venda foram elevados no menor ritmo em quatro meses.
Em relação aos próximos 12 meses, os fornecedores de serviços do Brasil mostraram forte otimismo, diante de expectativa de políticas públicas favoráveis, aumento da base de clientes e condições econômicas melhores. Assim, o nível geral de sentimento positivo foi ao melhor nível em três meses.
Em novembro, o PMI da indústria do Brasil mostrou que o crescimento engrenou diante da demanda forte, com o índice subindo a 52,9, e assim o PMI Composto do Brasil repetiu em novembro a taxa de 51,8 de outubro.