Por Gabriel Crossley e Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - A recuperação econômica da China acelerou com força no primeiro trimestre para um crescimento recorde de 18,3% em relação à forte queda do ano anterior devido ao coronavírus, impulsionada por demanda mais forte tanto no país quanto no exterior e pelo suporte contínuo do governo às empresas menores.
Mas a expansão, bastante influenciada pela queda na atividade um ano antes, deve se moderar neste ano conforme o governo passa sua atenção para a contenção dos riscos financeiros em superaquecer partes da economia.
Embora o salto do Produto Interno Bruto tenha ficado abaixo da expectativa de economistas de 19% em pesquisa da Reuters, os dados oficiais mostraram que esse foi o crescimento mais rápido desde que os registros trimestrais começaram em 1992, depois de alta de 6,5% no quarto trimestre de 2020.
"A conclusão é que, com a economia já acima de sua tendência pré-vírus e o suporte sendo retirado, a recuperação da China pós-Covid está se nivelando", disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics.
"Esperamos que o crescimento trimestral permaneça modesto durante o resto do ano conforme o recente boom na construção e nas exportações perca força, levando a atividade de volta à tendência."
Com a ajuda de rigorosas medidas de contenção e de alívio emergencial a empresas, a economia se recuperou da perda de 6,8% vista nos três primeiros meses de 2020, quando o vírus da Covid-19 surgido na cidade de Wuhan rapidamente se tornou em uma pandemia.
As vendas no varejo dispararam 34,2% em março sobre o mesmo período do ano anterior, superando a expectativa de ganho de 28,0% e o salto de 33,8% visto nos dois primeiros meses do ano.
Outros dados, no entanto, mostraram moderação na expansão, com o crescimento na base trimestral desacelerando a 0,6% entre janeiro e março, de 3,2% no trimestre anterior, abaixo da expectativa de 1,5%.
A produção industrial cresceu 14,1% em março sobre o ano anterior, depois de salto de 35,1% em janeiro-fevereiro e atrás da projeção de economistas de 17,2%.
(Reportagem adicional de Stella Qiu e Lusha Zhang)