Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos criou o menor número de vagas de trabalho em seis meses em novembro, diante do ressurgimento de casos de Covid-19, o que, com a falta de mais alívio do governo, ameaça reverter a recuperação da recessão.
Os EUA fizeram 245 mil contratações no mês passado, depois de 610 mil em outubro, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira.
Foi menor abertura líquida desde que a recuperação dos empregos começou em maio. O quinto mês seguido de desaceleração deixou o nível de emprego bem abaixo do pico de fevereiro.
O relatório de emprego cobriu apenas as duas primeiras semanas de novembro, quando a atual onda de infecções por coronavírus começou.
As taxas de infecção, hospitalização e mortes dispararam, levando alguns economistas a esperar queda no emprego em dezembro ou janeiro diante da imposição de restrições a empresas e consumidores.
Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura líquida de 469 mil postos de trabalho em novembro.
As contratações chegaram ao pico de 4,781 milhões em junho. Dados sobre gastos dos consumidores, indústria e serviços sugeriram desaceleração na recuperação da pior recessão desde a Grande Depressão.
Os EUA estão enfrentando uma nova onda de infecções por Covid-19. Quase 200 mil novos casos foram informados na quarta-feira, e as hospitalizações se aproximaram de um recorde de 100 mil pacientes, segundo contagem da Reuters a partir de dados oficiais.
Um pacote bipartidário de ajuda no valor de 908 bilhões de dólares ganhou força no Congresso na quinta-feria já que parlamentares conservadores demonstraram seu suporte.
Mais de 3 trilhões de dólares em alívio do governo ajudaram milhões de norte-americanos desempregados com gastos diários e empresas a manter funcionários, levando a um crescimento econômico recorde no terceiro trimestre.
Mas a pandemia e a falta de estímulo fiscal adicional podem levar a economia a contrair no primeiro trimestre de 2021.
A taxa de desemprego caiu a 6,7%, de 6,9% em outubro. Entretanto, ela tem sido jogada para baixo por pessoas que se classificam de forma errada como "empregadas, mas ausentes do trabalho".