(Reuters) - O aumento de incertezas no ambiente político afetou negativamente a confiança dos consumidores paulistanos durante o mês maio, mostrou pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Em caráter especial, a entidade calculou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em dois períodos do mês, separados pela divulgação sobre a delação de executivos da JBS (SA:JBSS3) e da controladora J&F, que envolveram o presidente Michel Temer.
O ICC calculado a partir de entrevistas com 1,1 mil pessoas da capital paulista em 10 de maio - antes da delação - ficou em 101,3 pontos. Em novo levantamento no dia 25 de maio, após a delação portanto, o índice caiu para 99 pontos.
Apurado mensalmente, o indicador varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
A FecomercioSP destacou que há uma evidente queda do ICC entre as duas coletas de dados motivada pela piora da percepção dos consumidores em relação ao momento atual, "o que é bastante compreensível".
O Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) passou de 75,6 pontos no dia 10 para 66,5 pontos no dia 25, enquanto o Índice de Expectativas do Consumidor (IEC) melhorou, passando de 118,5 para 120,6 pontos.
A entidade diz que são naturais movimentos mais exagerados no curto prazo e ajustes de percepção gradativos após o "susto" inicial, mas avalia que o momento é de atenção pela dificuldade de se prever o que ocorrerá nos próximos dias e semanas.
"...se nada mais grave acontecer, a Federação acredita que ao longo dos próximos dias ocorra uma inversão dessa posição, com as perspectivas presentes melhorando um pouco, bem como surja a percepção de que esses eventos podem comprometer o futuro da economia do Brasil", disse em nota.
A FecomercioSP disse que a divulgação do processamento completo dos dados coletados em maio e os efeitos da atual crise política sobre o humor do consumidor virá no ICC de junho.
(Por Taís Haupt)