FRANKFURT (Reuters) - Os empréstimos bancários para empresas da zona do euro caíram para uma mínima de dois anos no mês passado, enquanto os empréstimos para famílias se expandiram a uma máxima pós-crise financeira, sugerindo uma fenda crescente na economia do bloco, mostraram dados do Banco Central Europeu nesta quarta-feira.
Muitas empresas da zona do euro estão enfrentando problemas com o comércio em declínio e uma recessão na manufatura, mas os consumidores permanecem relativamente otimistas. Os salários e o emprego ainda estão aumentando e o setor de serviços continua em expansão.
O aumento dos empréstimos para empresas não financeiras caiu de 3,4% no mês anterior para 3,2%, o valor mais baixo em 24 meses. Ao mesmo tempo, os empréstimos a famílias aceleraram de 3,5% para 3,7%, a melhor leitura em 11 anos.
Na esperança de sustentar o crescimento, o BCE introduziu um controverso pacote de estímulo em setembro, destinado a cortar custos de crédito para manter o dinheiro fluindo para as empresas enquanto o crescimento estiver desacelerando. Pesquisas recentes indicam estabilização, mas os números sobre empréstimos desta quarta-feira acrescentam nuances a esse quadro.
O fluxo mensal de empréstimos para empresas foi de apenas 0,7 bilhão de euros, menos de um décimo do fluxo mensal médio do ano passado e a segunda pior leitura mensal de todo o ano.
A queda veio à medida que as empresas se esquivavam de crédito de longo prazo, o segmento que o BCE espera impulsionar com financiamento ultrabarato.
O fluxo mensal de 23,8 bilhões de euros de empréstimos para famílias, no entanto, foi a melhor leitura desde o início de 2008, com os consumidores aproveitando hipotecas baratas.