BRASÍLIA (Reuters) - O vice-presidente da República, Michel Temer, que concorre à reeleição na chapa da presidente Dilma Rousseff, reassumiu nesta quarta-feira a presidência nacional do PMDB, conferindo ao partido mais força para as negociações durante o período eleitoral e revigorando sua posição perante os colegas de sigla.
"Eu poderei ter um protagonismo maior, de natureza exclusivamente política", disse Temer ao assumir o posto novamente, acrescentando que poderá "percorrer os Estados para tentar fazer prevalecer o PMDB".
Temer é presidente nacional do partido desde 2001, mas havia se licenciado quando eleito vice-presidente da República.
Regra interna da legenda o impedia de exercer ao mesmo tempo o cargo no Executivo e o comando do partido. O impedimento, no entanto, foi derrubado na última convenção do PMDB, no mês passado, quando a aliança com o PT e sua candidatura à reeleição foram oficializadas.
"O PMDB vive um momento de afirmação de seu valor e sua dimensão para a democracia brasileira", disse o presidente da legenda em nota distribuída a jornalistas.
Segundo a assessoria do PMDB, o vice-presidente da República assumirá o comando da legenda por 70 dias, período aproximadamente equivalente ao tempo de campanha até ao primeiro turno das eleições, em outubro, quando o senador Valdir Raupp (RO) deve reassumir a presidência do partido.
De acordo com fontes peemedebistas, além de ter maior autoridade e força política para as negociações durante a campanha, o retorno de Temer à presidência do maior partido da coligação do PT consequentemente o aproxima de seus correligionários, após um período em que sua credibilidade e sua interlocução com integrantes da sigla foram colocadas em xeque.
As divisões internas ficaram visíveis durante a convenção do PMDB, cujo resultado demonstrou uma resistência bem maior do que o esperado pela cúpula do partido.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Jeferson Ribeiro)