Por Kevin Yao
PEQUIM (Reuters) - Os preços ao produtor na China registraram em maio a maior queda em mais de quatro anos, destacando a pressão sobre o setor industrial conforme a pandemia de Covid-19 reduz o fluxo comercial e a demanda global.
A crise do coronavírus afetou o comércio para os principais mercados exportadores da China, incluindo Estados Unidos e Europa, ampliando a pressão para as perspectivas de investimento e empregos na indústria na segunda maior economia do mundo.
O índice de preços ao produtor recuou em maio 3,7% sobre o ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira, maior recuo desde março de 2016. A expectativa em pesquisa da Reuters era de deflação de 3,3%, após recuo de 3,1% em abril.
"Leitura negativa para o índice de preços ao produtor deve ser o novo normal no futuro próximo", disse Tommy Xie, economista do OCBC Bank.
A queda nos preços ao produtor foi liderada pelo recuo de 57,6% nos preços da indústria de petróleo e gás natural, além do recuo de 24,4% no setor de processamento de petróleo, carvão e outros combustíveis, segundo a agência de estatísticas.
Entretanto, na comparação mensal os preços ao produtor mostraram algum sinal de estabilização ao caírem 0,4%, após queda de 1,3% em abril sobre março.
Já o índice de preços ao consumidor avançou 2,4% em maio sobre o ano anterior, leitura mais fraca desde março de 2012, contra alta de 3,3% em abril, já que o aumento nos preços de alimentos continuou a diminuir. Analistas projetavam avanço de 2,7%.
Os preços dos alimentos subiram 10,6% em maio sobre o ano anterior, desacelerando ante alta de 14,8% em abril.
(Reportagem adicional de Se Young Lee)