SÃO PAULO (Reuters) - A indústria do Brasil seguiu em expansão em março, embora de forma mais lenta, com o ritmo mais forte de demanda em mais de dois anos e meio alimentando a produção e o emprego, de acordo com pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
A S&P Global informou nesta segunda-feira que seu PMI da indústria brasileira ficou em 53,6 em março, de 54,1 em fevereiro. Apesar da perda de força, o índice permanece acima da marca de 50 que separa crescimento de contração pelo terceiro mês seguido.
"O desempenho do setor no primeiro trimestre de 2024 foi consideravelmente melhor do que o registrado no quarto trimestre de 2023. De fato, a média para o PMI foi a mais alta desde os três meses até setembro de 2021", destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna De Lima.
A demanda foi essencial para o resultado de março, exercendo influência positiva em várias outras medidas do índice. As novas encomendas aumentaram pelo terceiro mês seguido, no ritmo mais forte desde julho de 2021, com destaque para a fabricação de bens de capital.
Diante disso, os fabricantes elevaram a produção em março, com a segunda taxa de expansão mais forte desde meados de 2021, e também a criação de vagas de trabalho.
Entretanto, eles ainda informaram dificuldades com a demanda externa, citando Ásia, Europa e América Latina como pontos de fraqueza. As vendas externas diminuíram pelo 25º mês seguido, mas o ritmo de redução perdeu um pouco de força em relação a fevereiro.
Houve ainda leves altas nos custos de insumos e de produção. Entrevistados citaram ter pagado mais por frete internacional, metais, plásticos e têxteis.
"As pressões de custos permaneceram relativamente leves e a inflação de preços cobrados caiu para uma mínima de três meses, aumentando a probabilidade de outro corte na taxa de juros", disse De Lima.
O planejamento de aquisições e de inaugurações de novas fábricas, novos produtos e investimentos sustentaram as previsões positivas para a produção ao longo dos próximos 12 meses, com o subíndice de confiança apontando forte grau de otimismo.