Existe um "excesso" do mercado ao tentar interpretar o balanço de riscos do Comitê de Política Monetária (Copom) como um guidance para os próximos passos, avaliou nesta quinta-feira, 22, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen.
"Eu acho que tem um pouco de excesso de tentar transformar o balanço de riscos no guidance quando ele não deveria ser visto como um guidance de política monetária, ele é o balanço de riscos sobre a projeção de inflação", disse Guillen, em um evento na PUC-Rio.
O diretor destacou que, na última reunião, todos os membros do comitê já concordavam que havia mais riscos de alta do que de baixa para as projeções de inflação, e por isso o balanço trouxe três vetores para cima e apenas dois de queda. E lembrou que vários membros já consideram que o balanço é assimétrico para cima.
"A gente está vendo no cenário, e eu sigo vendo assim, projeções mais elevadas e com mais riscos, levando a um cenário mais desafiador para o Comitê. E vai ser importante acompanhar esses dados. Então, a gente optou por não dar guidance", disse Guillen, acrescentando que é necessário ser maus cauteloso na calibragem da política monetária.
O diretor afirmou, ainda, que na última reunião foram discutidas tanto estratégias de manutenção da taxa Selic, como de um eventual aumento, mas que ela não representa o próximo encontro.
No cenário corrente, o diretor observou que existe um arrefecimento da inflação e que o crédito tem evoluído conforme o esperado pelo BC.