Por Hernan Nessi
BUENOS AIRES (Reuters) - A economia da Argentina deu um salto de 17,9% no segundo trimestre na comparação anual, acima do previsto por economistas, em uma forte recuperação após contração expressiva sofrida no mesmo período de 2020, quando a economia enfrentava o baque da pandemia da Covid-19.
A alta anual foi a maior dos registros recentes do país, grande exportador de grãos e carnes, e ficou acima da mediana das projeções dos analistas, de 17,3%. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, no entanto, a economia recuou 1,4%.
"A forte recuperação foi impulsionada pelo setor de construção, que estava voando no segundo trimestre", disse Lucio Garay Mendez, economista da consultoria EcoGo, acrescentando que o crescimento foi afetado pelo endurecimento das restrições relacionadas à Covid-19 no trimestre.
“Isso foi resultado da intensificação das restrições à mobilidade com a chegada da segunda onda”, disse.
A mediana de uma pesquisa da Reuters com 14 analistas apontava para um crescimento de 17,2%, com as estimativas variando de uma alta de 14% a 18% para o trimestre abril-junho.
A Argentina, mergulhada em recessão desde 2018, tenta agora se recuperar e retomar o caminho do crescimento após o impacto da pandemia, que atingiu gravemente a popularidade do governo de centro-esquerda de Alberto Fernández.
Na manhã desta terça-feira, o governo divulgou planos para afrouxar as restrições à pandemia, incluindo a flexibilização gradual do que têm sido controles de fronteira rígidos, em uma tentativa de reviver a atividade econômica e aumentar sua popularidade entre os eleitores cansados das restrições.