Por Kevin Yao e Elias Glenn
PEQUIM (Reuters) - O crescimento econômico da China deve acelerar pela primeira vez em sete anos neste ano depois de atingir as expectativas no terceiro trimestre, mas os esforços para reduzir os riscos no setor imobiliário e das dívidas começam a pesar em partes da segunda maior economia do muindo.
Os esforços de Pequim para consolidar e reestruturar seu setor industrial deram frutos uma vez que a produção industrial superou as expectativas, enquanto os fortes gastos fiscais e o investimento público sustentado ajudaram a ampliar a demanda doméstica.
Mas permanecem as preocupações de que grande parte do crescimento seja devido à dívida, com o presidente do banco central, Zhou Xiaochuan, tendo alertado nesta quinta-feira para a alavancagem corporativa e das famílias.
A repressão aos riscos financeiros e medidas para esfriar o mercado imobiliário já começaram a ter efeito. A expansão de novas construções desacelerou e as vendas de propriedades caíram pela primeira vez em mais de dois anos e meio em setembro.
No geral, a economia esteve sólida e deve superar confortavelmente a meta do governo de cerca de 6,5 por cento para este ano e a taxa de 6,7 por cento vista em 2016, que representou a mínima em 26 anos.
"Os dados mostram que alguma desalavancagem continua e que as reformas do governo estão funcionando, mas que o crescimento ainda está sendo sustentado a uma taxa razoável", disse Kaori Yamato, economista sênior do Instituto de Pesquisa Mizuho.
A economia cresceu 6,8 por cento no terceiro trimestre em relação ao ano anterior, em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters e contra 6,9 por cento no segundo trimestre, informou nesta quinta-feira a Agência Nacional de Estatísticas.
Os números entretanto levantam dúvidas sobre a projeção mais otimista feita pelo presidente do banco central nesta semana. Zhou disse no domingo que o Produto Interno Bruto (PIB) poderia crescer 7 por cento no segundo semestre.
A produção industrial da China cresceu 6,6 por cento em setembro sobre o mesmo período do ano anterior, superando as expectativas de 6,2 por cento, enquanto o investimento em ativos fixos cresceu 7,5 por cento entre janeiro e setembro, contra expectativa de 7,7 por cento.
Já as vendas no varejo avançaram 10,3 por cento em setembro sobre o ano anterior, contra expectativa de aumento de 10,2 por cento. A renda disponível cresceu 7,5 por cento nos primeiros nove meses do ano, taxa mais rápida em dois anos.