Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos desacelerou no primeiro trimestre uma vez que os gastos dos consumidores cresceram no ritmo mais fraco em quase cinco anos, mas o revés deve ser temporário diante do aperto do mercado de trabalho e do amplo estímulo fiscal.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu à taxa anual de 2,3 por cento, informou o Departamento do Comércio nesta sexta-feira, também contido pela moderação nos gastos empresariais em equipamentos e investimentos na construção de moradias.
A economia havia expandido 2,9 por cento no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 2,0 por cento no período entre janeiro e março.
O ritmo de crescimento do primeiro trimestre é, entretanto, provavelmente um reflexo irreal da economia, apesar da fraqueza nos gastos do consumidor, por causa de questões sazonais. O mercado de trabalho está próximo do pleno emprego e tanto a confiança do empresário quanto do consumidor estão fortes.
Economistas projetam que o crescimento irá acelerar no segundo trimestre conforme as famílias começam a sentir o impacto do pacote tributário de 1,5 trilhão de dólares do governo do presidente Donald Trump em seus salários. Os cortes de impostos entraram em vigor em janeiro.
Impostos mais baixos para pessoas físicas e jurídicas e gastos mais altos do governo devem elevar o crescimento anual para a meta do governo de 3 por cento, apesar do início de ano fraco.
As autoridades do Federal Reserve, banco central do país, devem dar de ombros para o crescimento fraco no primeiro trimestre. O Fed elevou os juros no mês passado por conta do mercado de trabalho e economia fortes, e prevê ao menos dois aumentos dos juros este ano.
A ata da reunião mostra que as autoridades "projetam que a fraqueza do primeiro trimestre será transitória", citando "sazonalidade residual nos dados".
O crescimento dos gastos do consumidor, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, enfraqueceu para 1,1 por cento no primeiro trimestre. Esse foi o ritmo mais fraco desde o segundo trimestre de 2013 e seguiu-se a uma taxa de 4,0 por cento no quarto trimestre.
Os gastos empresariais em equipamentos enfraqueceu a 4,7 por cento entre janeiro e março, após expansão de dois dígitos no segundo semestre de 2017.