SÃO PAULO (Reuters) - Economistas de instituições financeiras voltaram a reduzir a perspectiva para a inflação tanto deste ano quanto do próximo na pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.
Agora eles passaram a ver alta do IPCA de 3,92 por cento ao final deste ano, 0,01 ponto percentual a menos do que na semana anterior, na 11ª redução seguida. Para o ano que vem, a redução foi de 0,02 ponto, chegando a 4,34 por cento.
Já a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) não foi alterada, ficando em 0,5 por cento em 2017 e 2,5 por cento no ano que vem.
Entretanto, os economistas consultados no levantamento podem não ter tido tempo de refletir em suas projeções as denúncias contra o presidente Michel Temer e a turbulência política no país, bem como a reação do mercado.
A expectativa para a taxa básica Selic continuou em 8,5 por cento ao final de 2017, com persectiva de corte de 1 ponto percentual na reunião deste mês. Atualmente, a Selic está em 11,25 por cento.
Já o Top-5, grupo que reúne os que mais acertam as previsões, voltou a reduzir a previsão, a 8,13 por cento na mediana das estimativas, de 8,25 por cento na semana anterior.
O mercado vinha apostando em um corte de 1,25 ponto no final deste mês, porém o cenário mudou após as denúncias contra Temer e o mercado futuro de juros passou a precificar no fechamento de sexta-feira cerca de 85 por cento de chances de a Selic ser reduzida em 0,75 ponto percentual no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina em 31 de maio.
O temor no mercado é de que as reformas, principalmente da Previdência, emperrem no Congresso, afetando a recuperação da economia.
Para 2018, a pesquisa mostra manutenção do cenário de juros a 8,5 por cento, enquanto o Top-5 reduziu a estimativa a 8 por cento, de 8,13 por cento.