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Expansão da indústria do Brasil perde força em abril, mas contratações aumentam, mostra PMI

Publicado 03.05.2021, 10:23
Atualizado 03.05.2021, 10:25
© Reuters. Homens trabalham em linha de montagem de caminhões da Mercedes Benz em São Bernardo do Campo, SP
27/03/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
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Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria brasileira iniciou o segundo trimestre perdendo força, ainda impactada negativamente pelas restrições devido à pandemia de Covid-19, embora tenha registrado aumento do emprego, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

Dados divulgados nesta segunda-feira pelo IHS Markit mostraram que o PMI do setor industrial brasileiro caiu a 52,3 em abril, de 52,8 em março, mas ainda acima da marca de 50, que separa crescimento de contração.

Apesar da perda de força, o emprego no setor industrial aumentou no mês, já que algumas empresas buscaram repor funcionários dispensados por causa da pandemia. Outras contrataram por preverem condições econômicas melhores no médio prazo.

"Embora os resultados do PMI para abril mostrem mais contrações nas encomendas e da produção no Brasil, as taxas de redução foram mais fracas do que em março. Além disso, as empresas contrataram funcionários e se mostraram mais otimistas em relação ao cenário", destacou a diretora associada do IHS Markit, Pollyanna De Lima.

O mês de abril registrou o segundo recuo seguido nas novas encomendas, embora a taxa de contração tenha sido mais fraca do que em março. A pesquisa indica que isso se deveu às restrições pela Covid-19 e a fechamento de empresas, afetando a demanda.

O fortalecimento da demanda internacional por bens pelo terceiro mês seguido não foi suficiente para compensar o declínio nas encomendas gerais, e as empresas reduziram a produção durante abril, ainda que de forma marginal.

Os produtores também evitaram aumentar as compras de insumos no mês passado, em meio a relatos de alta dos preços e de demanda fraca. Assim, a atividade de compras ficou amplamente estagnada em abril, depois de se expandir por nove meses seguidos.

A escassez de matérias-primas e a fraqueza do real ante o dólar elevaram os preços de insumos, cuja taxa de inflação foi a mais forte desde setembro de 2020.

© Reuters. Homens trabalham em linha de montagem de caminhões da Mercedes Benz em São Bernardo do Campo, SP
27/03/2018 REUTERS/Paulo Whitaker

Com isso, as empresas elevaram seus preços de venda no terceiro ritmo mais forte desde que os dados começaram a ser coletados, há 15 anos.

Ainda assim, o sentimento positivo aumentou em abril e ficou acima da média de longo prazo, com os empresários esperando expansão de capacidade, investimentos, novas parcerias, propaganda e maior disponibilidade das vacinas contra a Covid-19.

(Edição de José de Castro)

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