SÃO PAULO (Reuters) - O mercado voltou a aumentar as contas para a inflação neste ano diante de maior alta esperada para os preços administrados, mas sem alterar o cenário para taxa básica de juros, de acordo com a pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira, que ainda não incorporou o resultado das eleições presidenciais.
O levantamento mostrou que a projeção para o IPCA em 2018 agora é de uma alta de 4,40 por cento, de 4,30 por cento na semana anterior, com os preços administrados subindo 7,73 por cento, de 7,60 por cento estimados antes.
Para 2019 a perspectiva para a inflação permaneceu em 4,20 por cento, com os preços administrados subindo 4,80 por cento.
O centro da meta oficial para este ano é de 4,50 por cento e, para 2019, de 4,25 por cento. A margem de tolerância para ambos os anos é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O Focus mostrou ainda que não houve mudanças nas expectativa para o câmbio, com o dólar calculado a 3,89 reais em 2018 e a 3,83 reais em 2019.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa para este ano foi diminuída em 0,01 ponto percentual, a 1,34 por cento, enquanto que para 2019 permaneceu em 2,50 por cento.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira ainda não levou em consideração o resultado do primeiro turno da eleição presidencial no domingo, uma vez que foi fechado na sexta-feira. O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, conquistou votação expressiva, mas não o suficiente para evitar um segundo turno contra o petista Fernando Haddad.
O levantamento semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não mudou a perspectiva de que a Selic terminará este ano a 6,5 por cento e 2019 a 8 por cento. O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também manteve sua projeção para este ano em 6,5 por cento, mas para o ano que vem subiu o patamar esperado de 7,63 por cento a 7,88 por cento, na mediana das projeções.
(Por Camila Moreira; Edição de Marcela Ayres)