Por Michael Nienaber
BERLIM (Reuters) - Exportações fortes e uma sólida atividade de construção ajudaram a economia da Alemanha a crescer 0,3% no último trimestre do ano passado, acima do esperado, mas medidas de lockdown mais rigorosas tanto no país quanto no exterior estão prejudicando as perspectivas para a maior economia da Europa.
Os dados, publicados pela Agência Federal de Estatísticas nesta quarta-feira, marcaram uma revisão para cima ante a estimativa anterior de expansão de 0,1% na comparação com o trimestre anterior.
A agência também revisou para cima o dado do PIB para todo o ano de 2020 a -4,9%, de -5,0%.
Ajustada para efeitos do calendário, a economia alemã encolheu 5,3% no ano passado, uma contração muito menor do que em muitos outros países europeus, ajudada por uma forte resposta fiscal aos danos causados pela pandemia de Covid-19.
O gasto fiscal financiado por dívida criou em 2020 um déficit orçamentário estatal de 139,6 bilhões de euros, ou 4,2% do Produto Interno Bruto, disse a agência. Foi o primeiro déficit desde 2011 e o segundo mais alto desde a reunificação alemã.
O ministro da Economia, Peter Altmaier, disse que os dados enviam um sinal positivo, acrescentando: "Continuaremos a fazer tudo que pudermos nos próximos meses para manter a essência de nossa economia."
A Alemanha havia registrado crescimento recorde de 8,5% no terceiro trimestre e uma queda sem precedentes de 9,7% no segundo, devido aos efeitos de seu primeiro lockdown contra o coronavírus.
O segundo lockdown, adotado no início de novembro para hotelaria e expandido em meados de dezembro para incluir a maioria das lojas e serviços, fez com que os gastos das famílias despencassem no quarto trimestre, disse a agência.
Os gastos das famílias caíram 3,3% no trimestre e os gastos com construção subiram 1,8%. As exportações cresceram 4,5%.
Isso significa que o comércio contribuiu com 0,6 ponto percentual para a taxa geral de crescimento, enquanto a fraca atividade doméstica subtraiu 0,3 ponto, disse a agência.