PEQUIM (Reuters) - As exportações da China caíram em junho, quando os Estados Unidos aumentaram a pressão comercial, enquanto as importações encolheram mais do que o esperado, apontando dificuldades adicionais na segunda maior economia do mundo.
Os manufatureiros chineses estão enfrentando uma demanda fraca no país e no exterior, e um forte aumento das tarifas dos EUA anunciado em maio está ameaçando comprimir as já reduzidas margens de lucro, reforçando visões de que Pequim precisa anunciar em breve mais medidas de estímulo.
As exportações caíram 1,3% em relação ao ano anterior, num desempenho melhor que a expectativa de queda de 2% de analistas consultados pela Reuters. Ainda assim, reverteram um inesperado ganho registrado em maio.
As importações recuaram 7,3%, decréscimo mais acentuado do que o de 4,5% estimado em pesquisa Reuters, após contração de 8,5% em maio, sugerindo que a demanda doméstica continua fraca apesar de uma série de medidas para estimular o crescimento econômico desde o ano passado.
Com isso, a China registrou superávit comercial de 50,98 bilhões de dólares no mês passado, ante saldo positivo de 41,66 bilhões de dólares em maio. Analistas previam sobra de 44,65 bilhões de dólares para junho.
"O último aumento das tarifas dos EUA provavelmente contribuiu para essa queda (nas exportações), juntamente com uma desaceleração mais ampla na demanda externa", disse a Capital Economics em nota.
"Não esperamos que o crescimento global atinja seu pior momento no ano que vem. E, embora a trégua entre Trump e Xi no G20 no final do mês passado elimine a ameaça imediata de novas tarifas por parte dos EUA, nosso cenário-base continua sendo o de que as negociações comerciais vão ruir novamente em breve."
O mês de junho marcou o primeiro mês completo de tarifas mais altas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses, implementadas por Washington semanas antes, depois que as negociações comerciais entre as maiores economias do mundo entraram em colapso.
Embora ambos os lados tenham concordado, no final de junho, em retomar as conversas e Washington tenha dito que adiaria cobranças adicionais, as tarifas existentes permanecem em vigor.
Nenhum cronograma foi definido para a nova rodada de negociações comerciais, e as duas maiores economias do mundo continuam em desacordo sobre questões importantes e necessárias para um acordo, aumentando o risco de uma batalha muito mais longa e mais custosa.
O superávit comercial da China com os Estados Unidos, uma das principais fontes de atrito com seu maior parceiro comercial, subiu para 29,92 bilhões de dólares em junho, ante 26,9 bilhões de dólares em maio.
No acumulado do primeiro semestre, o superávit comercial da China com os EUA subiu cerca de 5%, para 140,48 bilhões de dólares, em comparação ao saldo positivo de 133,76 bilhões de dólares do mesmo período em 2018.
(Reportagem de Huizhong Wu e Se Young Lee)
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