PEQUIM (Reuters) - As exportações da China caíram em maio, atingidas pela pandemia de coronavírus que segue derrubando a demanda global. Enquanto isso, uma queda mais acentuada que a esperada nas importações sinalizou pressão crescente sobre fábricas do país.
As leituras de comércio da segunda maior economia do mundo colocam pressão sobre autoridades do país para adotarem mais medidas de estímulo para um setor que é crítico para a renda de mais de 180 milhões de pessoas. O comércio externo representa cerca de um terço da economia da China.
As exportações da China em maio caíram 3,3% sobre um ano antes, depois de uma alta surpreendente de 3,5% em abril, segundo dados divulgados neste domingo. Isso se compara a uma perspectiva de queda de 7% compilada por pesquisa da Reuters.
Embora as exportações tenham sido melhores que o esperado, as importações desabaram 16,7% em maio sobre um ano antes, ampliando a queda de 14,2% em abril e compondo o pior declínio desde janeiro 2016. A expectativa média do mercado era de que as importações de maio cairiam 9,7%.
"As exportações se beneficiaram do mercado da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) e da depreciação do câmbio, enquanto as importações foram afetadas por demanda doméstica insuficiente e queda nos preços de commodities", disse Wang Jun, economista-chefe do Zhongyuan Bank.
Como resultado, a China teve um superávit comercial recorde de 62,93 bilhões de dólares em maio, o maior desde que a Reuters começou a contar a série em 1981. O mercado, em média, esperava um superávit de 39 bilhões de dólares em maio, após um superávit de 45,34 bilhões em abril.
(Por Yawen Chen, Stella Qiu e Ryan Woo)