Por Stella Qiu e Ryan Woo
PEQUIM (Reuters) - A economia da China parece ter ganhado ritmo em julho uma vez que as exportações tiveram a maior alta do ano enquanto algumas importações de matérias-primas atingiram máximas recordes, ampliando as esperanças de uma recuperação mais sustentada.
A economia está gradualmente saindo de uma contração recorde no primeiro trimestre, mas a recuperação permanece frágil uma vez que o aumento de casos de coronavírus em todo o mundo e novas restrições podem afetar a demanda. Os gastos dos consumidores chineses também permaneceram fracos em meio a perdas de empregos e preocupação com um ressurgimento das infecções.
O desempenho das exportações do país, no entanto, não tem sido tão afetado como alguns analistas temiam, enquanto sinais de estabilização na economia doméstica reduziram a urgência de mais estímulos.
Em julho as exportações cresceram 7,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, ritmo mais forte desde dezembro do ano passado, mostraram dados da alfândega nesta sexta-feira, contra expectativas de analistas de queda de 0,2% e acelerando ante o aumento de 0,5% de junho.
As importações, por outro lado, caíram 1,4%, ante expectativa do mercado de alta de 1,0%.
"Os dados estão em linha com nossa previsão de as exportações se recuperaram de forma mais decisiva no segundo semestre junto com a economia global, disse Tommy Wu, economista da Oxford Economics, acrescentando que a demanda externa para outros produtos, além dos médicos, irá se recuperar gradualmente conforme a produção industrial global acelera.
As exportações entre janeiro e julho de produtos têxteis, incluindo máscaras faciais, aumento 31,3% sobre o ano anterior, acelerando ante alta de 27.8% no primeiro semestre. O crescimento das vendas de equipamentos médicos também acelerou para 47,3%, de 41,4%.
Mas em um sinal de que a demanda global pode estar se estabilizando, as exportações de outros produtos como eletrônicos e aparelhos celulares aumentaram enquanto as quedas de móveis e brinquedos se moderaram, mostraram os dados.
Analistas atribuíram a queda nas importações de julho na base anual a preços mais fracos de commodities após alguns fortes embarques no ano anterior. Eles estão otimistas de que um aumento nos projetos de construção diante do suporte econômico irá aumentar as importações.
O superávit comercial da China em julho foi de 62,33 bilhões de dólares, ante 46,42 bilhões em junho.