Por Kantaro Komiya e Tetsushi Kajimoto
TÓQUIO (Reuters) - O crescimento das exportações do Japão enfraqueceu para o seu ritmo mais lento em sete meses em setembro, enquanto um aumento nas importações elevou preocupações de que obstáculos da cadeia de abastecimento global causados pela pandemia poderiam prejudicar a frágil recuperação econômica do país.
As exportações estão perdendo força em um momento em que um iene mais fraco e uma alta nos preços do petróleo fizeram subir os custos de importação, afetando os termos de troca do Japão (pobre em recursos naturais) e potencialmente prejudicando a promessa do primeiro-ministro, Fumio Kishida, de corrigir as disparidades de riqueza.
Os dados de comércio estarão entre os fatores que o Banco do Japão examinará ao divulgar novas projeções trimestrais de crescimento e inflação em sua reunião de política monetária no fim deste mês.
As exportações aumentaram 13,0% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados do Ministério das Finanças divulgados nesta quarta-feira, em comparação com uma previsão média do mercado de alta de 11,0%. Os embarques de automóveis tombaram 40,3%, a primeira queda em sete meses.
Embora acima das previsões, o crescimento das exportações enfraqueceu ante a txa de 26,2% do mês anterior e foi o mais lento desde fevereiro.
As importações, por sua vez, saltaram 38,6% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, após ganho de 44,7% do mês anterior, impulsionadas pelo aumento dos custos de petróleo, carvão e medicamentos.
As importações agora sobem por oito meses consecutivos, alimentando preocupações de que o recente enfraquecimento do iene e a alta nos preços do petróleo estejam aumentando o custo de vida no Japão.
A balança comercial do Japão registrou déficit pelo segundo mês consecutivo, de 622,8 bilhões de ienes (5,43 bilhões de dólares), com o custo das importações baseado em ienes no maior nível desde novembro de 2018.
Os dados podem aumentar preocupações entre autoridades de política econômica que esperam uma recuperação liderada pelas exportações, enquanto a elevação dos custos das importações alimentará temores de estagflação, ou uma combinação de aumento da inflação e estagnação do crescimento.