Investing.com – Investidores estarão atentos para decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos nesta Super Quarta, com expectativa de manutenção dos juros americanos e corte de meio ponto percentual no mercado local.
Analistas não veem grandes chances de surpresa para esta decisão, mas procuram indicativos na comunicação dos bancos centrais dos dois países sobre os próximos passos – no caso dos EUA, quando os juros podem começar a cair e, no Brasil, se haverá, e quando, se este for o caso, uma aceleração no ritmo de cortes.
Alex Falararo, estrategista-chefe do PagBank, que concorda com a visão de mercado para as decisões, afirmou ao Investing.com Brasil que a comunicação pode surpreender e impactar os mercados.
Decisão do Fed
O mercado espera que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) mantenha taxa básica de juros dos Estados Unidos no patamar atual, na faixa entre 5,25% e 5,5%, igual à decisão de dezembro.
O posicionamento focado em dados, sejam eles de inflação ou do mercado de trabalho, tem sido reforçado pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. A inflação ainda não está em linha com a meta de 2% e segue pressionando, em meio a um mercado de trabalho robusto.
João Mantovani, portfolio manager no Bradesco (BVMF:BBDC4), que falou em evento da Warren Investimentos sobre o assunto nesta terça, acredita em um gradualismo da política monetária. “Temos visto a atividade surpreendendo para cima, um mercado trabalho muito resiliente”, avalia, ao chamar a atenção para a inflação dos salários.
No início deste ano, ao menos três membros do Fed foram claros sobre ser prematuro corte de juros já em março, segundo Falararo. “Então o maior impacto da próxima reunião deve vir menos da decisão de juros e mais do depoimento de Jerome Powell, que eventualmente poderá reforçar juros mais altos por mais tempo e derrubar as bolsas mundo afora, principalmente o S&P 500.”
Copom na sequência
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) tende a seguir com o ritmo de cortes na Selic em 0,5 ponto porcentual, levando a taxa básica de juros de e 11,75% para 11,25% ao ano.
A inflação de serviços, que é um dos componentes mais relevantes, parou de ceder em novembro e encoraja o tom de cautela pelo Banco Central, afirma o Pagbank, que não espera aceleração dos cortes.
“O componente fiscal que já estava no balanço de riscos do Copom inaugurou 2024 com mais incertezas e somando a isso o evento climático El Niño, que estamos observando há meses, está com previsão de diversas agências meteorológicas de se tornar um ‘Super El Niño’ e tem trazido revisões negativas para as safras agrícolas de 2024 podendo, consequentemente, elevar o IPCA deste ano”, detalha o Pagbank ao Investing.com.
Eduardo Jarra, head de Macro e Estratégia no Santander (BVMF:SANB11) Asset Management, disse também em live com a Warren Investimentos nesta terça que o cenário base é construtivo, com balanços de riscos confortável para que o Banco Central siga cortando juros, mas no mesmo ritmo das reuniões anteriores. “O ciclo está na direção desejada, atividade em desaceleração, a surpresa continua sendo o mercado de trabalho, que continua resiliente”, destacou o especialista.
Melhore seus investimentos com nossas inovadoras escolhas de ações InvestingPro+ baseadas em IA. Use o cupom INVESTIR para obter um desconto por tempo limitado em nosso plano de assinatura anual e investirmelhor1 para o plano de 2 anos. Clique aqui para saber mais e não se esqueça de usar o código de desconto ao finalizar a compra!