O processo de redução da inflação progrediu nos Estados Unidos em maio e junho, mas o ritmo de avanço dos preços ainda está "desconfortavelmente" acima da meta de 2% ao ano, afirmou Michelle Bowman, uma das diretoras do Federal Reserve, o banco central do país, em uma reunião anual de CEOs e altos executivos patrocinada pela Associação de Banqueiros do Kansas.
"Depois um progresso considerável no ano passado, vimos mais algum avanço na redução da inflação nos últimos meses. Os indicadores de gastos com consumo pessoal acumulados em 12 meses, tanto no índice cheio quanto no núcleo, caíram desde abril, embora tenham permanecido um pouco elevados e ficado em 2,5% e 2,6% em junho, respectivamente", disse ela. "O progresso na redução da inflação em maio e junho é bem-vindo, mas a inflação ainda está desconfortavelmente acima da meta de 2%", acrescentou.
Bowman ressaltou que, apesar dos bons dados recentes, o núcleo anualizado da inflação medida pelo índice de gastos com consumo (PCE) foi de 3,4% em média ao longo do primeiro semestre. Nesse sentido, ela adotou tom "hawkish", de maior firmeza no combate ao aumento de preços, e declarou não acreditar que a inflação desacelerará como no segundo semestre de 2023, já que os gargalos nas cadeias de abastecimento existentes naquela época foram normalizados. "Mais importante: os preços continuam muito mais altos do que antes da pandemia", declarou.
A taxa básica de juros dos EUA está na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A próxima reunião de política monetária do Fed vai ocorrer em setembro. Segundo a ferramenta CME FedWatch, é unânime a expectativa de corte de juros, com as apostas divididas entre uma redução de 0,25 ponto porcentual (51% de probabilidade) e de 0,50 ponto porcentual (49%).