Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve concluirá sua reunião de política monetária nesta quarta-feira avaliando os riscos de novo surto de coronavírus nos Estados Unidos e o potencial de desaceleração da recuperação contra a ameaça de uma inflação em alta que havia sido o foco de sua atenção.
As autoridades do Fed devem dar continuidade ao debate sobre quando retirar da economia as medidas adotadas há mais de um ano para combater os choques econômicos da pandemia, e em particular discutir quando reduzir os 120 bilhões de dólares em compras de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas que faz por mês para manter os juros de longo prazo baixos.
Mas esse debate, que começou de fato há apenas seis semanas, quando os casos de coronavírus estavam caindo sob a influência da vacinação, foi dificultado pela rápida disseminação da variante Delta, retomada da situação de crise em alguns hospitais e de novas exigências de uso de máscaras em algumas cidades.
Embora focado principalmente nos 40% da população adulta que ainda não se vacinou, o surto levanta novas tensões para o Fed sobre se o planejamento para conter a inflação deve ser a principal preocupação em um momento em que a crise sanitária ainda pode prejudicar a recuperação.
"Infelizmente, (o chair do Fed, Jerome) Powell terá que reconhecer os riscos negativos que começam a surgir", escreveu a economista-chefe da Grant Thornton Diane Swonk.
"A pergunta é como a disseminação da variante Delta afeta o retorno ao trabalho e se ela prejudica a demanda por serviços" que começou a liderar a recuperação e a levar milhões de pessoas afastadas de volta aos empregos.
A economia ainda tem 6,8 milhões de empregos que foram eliminados no início da pandemia em 2020, e Powell tem dito que o país continua "longe" do avanço que quer ver antes de mudar qualquer esforço do Fed para encorajar o crescimento dos empregos.
O comunicado de política monetária do Fed será divulgado às 15h (horário de Brasília), seguido de entrevista de Powell meia hora depois.